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''We are the cause of a world that's going wrong.'' ST

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sentinela

Os galhos podres e retorcidos da árvore negra jazem sobre a lápide da cova imortal.
As estrelas nascem na alvorada,
E perfuram nossa alma inflamada.

A chuva vermelha queima nossos encéfalos,
Nada mais importa agora,
O mundo está errado.

Nós somos o réu,
E o Juiz, apenas observa-nos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Escuro Prematuro

A muralha está de pé.
Sua composição é um misto de ossos, sangue e tecidos.

A sociedade é o mais enojado oxímoro.

Os tambores do limbo perduram.

Você vê o seu coração pulsar na mandíbula da criatura.
O seu sangue agora é dele.
Nada mais justo,
Afinal, ele nunca foi seu.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Alma Amordaçada

A parede se rompe!

O seu cérebro derrete e queima o papiro digestivo.

Não subestime o invisível.

Nossa carne é comestível.
Porém, podre.

A vida é orgânica.
O espírito, imutável.

O jardim está seco.

Purifique tua linhagem,
A mesma o matará!

A espada púrpura degola os ignorantes que cheiram a saliva peçonhenta.

Ao adormecer, os demônios tomam conta de ti,
Alguns permanecem,
Outros, se vão. 

Ruínas

Todos vestem preto.

A lágrima do fraco completa o ciclo.

O sangue do metal preenche tua boca.

Manifesto meu repúdio por este mundo.
Aliás, pelos seus habitantes.

Os anjos começam a cair.

Devemos ir.
A hora chegou.

Os fracos ficam,
Os fortes vão,
Os indecisos, apodrecem.

Ninguém é imune,
A lei é para todos.
Mesmo não existindo. 

O vale

Sinto o escuro que me corrói.
É a sombra do olho devorado pelas vértebras do chacal.

A nuvem de fogo se apodera do túmulo.

Seu maxilar está de ponta cabeça.

Você está possuído.
Pelo demônio do lixo. 

Caricatura

Seu sangue alimenta-os.
Como é doce a alusão de poder.

Cérebros são comestíveis.
Embora alguns estejam podres.

Estou no mundo errado.

Qual será o meu destino?

Abdico do meu futuro.
Não terei nenhum aqui.

Os humanos são o meu sonífero.

Quantas personalidades usufruímos para benefício próprio?

Você não precisa de poder.
Apenas oxigênio.

Nada.
Esse deveria ser o teu nome.

Inferno

Você sente medo.
As sombras se aproximam de suas pupilas.
As mesmas se dilatam.

Lutar é em vão.
Sua face reflete dor, angústia e sangue.

Não adianta fugir.
Você não tem braços.
Muito menos pernas.
Apenas medo.

Escorpiões, aranhas e vermes saltam de tua boca.
Eles necessitam de um melhor ambiente.

No final, você está morto.

Não comemore.
É apenas o começo do seu sofrimento.

Nada é real

Quero um mundo em que se possa desfrutar as belezas naturais sem que se escorra sangue e entranhas dos meus olhos.

Quero um mundo onde eu possa criar meus filhos sem escrúpulos.

Quero um mundo onde o tórax possua cabeça.

Quero um mundo novo.
Minha utopia.

Sucumba

A toxina vermelha se espalha como a mais nostálgica chaga.

Os fracos se enforcam com o cordão umbilical social.

Os valores mútuos estão sedimentados e incrustados no mais profundo abismo.
O da ignorância.

Não há razão para o preconceito.
Não há razão para nada disso! 

Realidade

Sinto a lâmina da espada ateada em meu peito.

Minha respiração falha.

Os subúrbios da minha mente se materializam como um espetáculo onírico.

De que me serve o livre arbítrio, sendo que não posso usá-lo?

As pessoas fedem.
Assim como o seu espelho social. 

Desgaste

As bases sociais sustentam-se sobre as pedras angulares do desrespeito.
Repúdio é o que vigora.

Cale-se bom senso. Você não existe mais.
É apenas um fantasma obscuro.

Os governantes me cheiram à morte.
A morte da nação. 

Reerga-se

O canto ríspido dos pássaros petrificados consome o grotesco floco de neve que suavemente desliza pela tua face.

As gárgulas se apoderam de suas entranhas.
Sugam o seu suco gota a gota.
Suas presas estão cravadas em sua carne.

Eles podem matá-lo. Sem reciprocidade.

Acorde

Ouço o som dos grilos na calada da noite.

Uma noite fria e iluminada pelos olhares das árvores anciãs.

Cocaína. Maconha. Ecstasy. LSD.
Tente de tudo.

Mas nada, nada é pior do que sucumbir às mazelas da sociedade.


Essa sociedade me enoja.
Não mate os homens. Mate seus ideais.

Chegou a Hora

Jogue fora seus escrúpulos.
Para que zelo em um mundo símio?

Somos esquartejados diariamente.
Esperando pelo dia da guilhotina.

Poupe as crianças.
Eduque-as.

Elas são o futuro, não você.

Em minha infância, preocupava-me com os vívidos animais que estavam perdendo seus lares, ficando sem rumo.
Hoje, apenas me pergunto se meus filhos chegarão a vê-los. 

Vermes

Os corvos negros sobrevoam o céu nublado de cor metálica.
Os corvos negros sobrevoam a sua mente.

Eles têm fome.

Porém, não precisam de muito esforço para encontrar seus vermes.
Seus olhos vermelhos como o mais pulsante coração atravessam a nossa alma, de uma forma penetrante e avassaladora.

Não caia no abismo do esquecimento.
Você pode nunca mais retornar. 

Luz

O que é a morte?
É uma certeza, talvez a única.

É o último suspiro de uma alma padecida.

Devemos saber lidar com o nosso medo, antes que ele aprenda a lidar conosco.

Os cataventos não podem param. Seria egoísmo deles.

Retire o véu da jovem cega.
Enxergue. Respire. Viva!

Esteja preparado, não seja tolo.
A morte é só o início. 

Triste Fim

É na plenitude da vida que encontramos os amargos da sociedade.
Uma sociedade devastada pela ignorância e pelo repúdio mútuo.

Como viver em um ambiente hostil e encharcado pelo sangue seco dos olhos esperançosos do povo?


É como atear uma flecha flâmula em direção da mais dócil criança, que contém em seu interior toda a pureza dos anjos, a alma pura do reino dos céus. 

O amanhã

Morte. Suicídio. Homicídio. Sangue. Sociedade prepotente!

As almas serão ceifadas, a maioria irá para o mar flamejante do purgatório.
Onde os percevejos sedentos por sangue rastejam pela tua face, depositando em teus orifícios seus vindouros.

Cabeças rolando pelo chão de lava. Almas perdidas vagam pelos corredores. Você tem sangue nas mãos. 
Nesse ponto, você não tem mãos.

Serpentes peçonhentas já são parte do seu corpo. Aliás, que corpo?
Lágrimas avermelhadas despejam dos seus olhos. Sim, é sangue. O seu sangue.

Desordem

Sangue. O elixir da vida. O mais puro e adocicado componente da carne. Que escorre entre as pupilas da ignorância e da patologia humana.

De que adianta nessa sociedade viver, acreditando na doce ilusão da onipotência, sendo que o buraco negro criado pela mesma tente a escurecer?

Será esse o inferno astral?

As atitudes dos animais supostamente racionais me cheiram a enxofre. Meus olhos cegam-se com a fuligem do egoísmo humano.

Como se não bastasse, queremos poder. Tire dos outros. Roube dos seus. Venda a tua alma por um contrato. 

Mate.


Viva o seu inferno astral, não o torne mútuo.